terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O consumo consciente do sal

Os registros do uso do sal remontam a 5 mil anos. Ele já era usado na Babilônia, no Egito, na China e em civilizações pré-colombianas. Escasso e precioso, o sal era vendido a peso de ouro. Em diversas ocasiões, foi usado como dinheiro. Entre os exemplos históricos mais conhecidos figura o costume romano de pagar em sal parte da remuneração dos soldados, o que deu origem à palavra salário.

O sal é um mineral composto por dois elementos principais: o sódio e o cloro, que se juntam formando o cloreto de sódio. O sódio tem funções nobres no organismo: controlar o equilíbrio da água, contribuir para transmitir os impulsos nervosos do cérebro para todo o corpo, permitir a contração muscular, participar da regulação do ritmo do coração.

A ingestão excessiva de sal faz aumentar a quantidade de sódio no sangue. Mas o equilíbrio entre sódio e água no organismo tem que ser perfeito. Existindo mais sódio precisa haver mais água. Com o sódio aumentando no sangue, complicados mecanismos hormonais entram em ação para equilibrar as águas corporais. Se este equilíbrio não ocorrer, o organismo vai ter que tirar água de dentro das células, provocando desidratação e risco de morte. Só que este aumento do volume de sangue, por causa do aumento da quantidade de água (para diluir o sódio), faz aumentar a pressão dentro das artérias (Hipertensão arterial).  A pressão alta dentro das artérias vai machucando suas paredes, que podem se romper (derrame) ou entupir (infarto). O consumo excessivo de sal pode também afetar os rins.

O leite materno tem muito pouco sal. O sódio é indispensável até para o bebê, mas sem excessos. Devemos nos lembrar que o gosto pelo sal é adquirido. O bebê será um adulto com pressão alta dependendo também do que ele aprender em relação à quantidade de sal que satisfizer seu paladar. E o gosto adquirido pelo sal vai depender do nosso cuidado com a quantidade de sódio que as crianças ingerem.

Existem duas atitudes que a gente pode começar a tomar a partir de agora: Eliminar o uso do saleiro. Ler as informações nutricionais dos produtos que compra.

Evite conservas (azeitonas , picles, patê, palmito, etc.) , enlatados, alimentos em pó (sopas, temperos) , caldos em cubos, embutidos (salsicha, mortadela, linguiça, salame, presunto) , carnes salgadas . Leia os rótulos dos produtos e não esqueça de verificar se tem glutamato monossódico, porque isto é sódio também. Cuidado com os salgadinhos, aperitivos (biscoitos, amendoins, batata frita, etc.) e com os sanduíches prontos além dos adoçantes à base de sacarina de sódio. Prefira alimentos frescos. Aprenda a usar e abusar dos temperos naturais: alho, cebola, manjericão, alecrim, orégano, salsinha, tomilho, cebolinha, hortelã, curry e outros.

Consumo

No Brasil, a recomendação de ingestão de sal para a população é estabelecida no Guia Alimentar para a População Brasileira e está de acordo com a FAO/OMS de 2003, que indica menos de 5 gramas por dia. O Guia Brasileiro explica que a ingestão de sal maior do que 6g/dia é uma causa importante de hipertensão arterial, acidente vascular cerebral e de câncer gástrico.

Segundo estimativas da Agência nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os brasileiros consomem, em média, 12 gramos de sal por dia, mais que o dobro estabelecido pela OMS, que é de 5g/dia (o equivalente a uma colher de chá).


Algumas curiosidades sobre o sal nosso de cada dia:

- O termo salário foi popularizado pelos romanos, primeiros grandes mercadores e consumidores do tempero mais popular que existe;

- Para os orientais era um símbolo de concórdia e amizade chamado de "aliança do sal".

- Para os hebreus era um elemento purificador;

- A mulher de Ló, segundo a Bíblia Sagrada, foi transformada numa estátua de sal;

- Desperdiçar sal na Idade Média era sinal de catástrofes. A tela de Leonardo da Vince A Última ceia retratou isso, pois Judas foi colocado frente a um saleiro tombado;

- No século XVII, avaliava-se o status para um banquete pelo lugar ocupado em relação ao saleiro de prata;

- Na região da atual Mauritânia, os mercadores africanos trocavam sal por ouro (um peso pelo outro). Na Etiópia, na África Oriental, era a moeda do reino.

Faça o Sal de Ervas

Use 5 partes igual de mangericão, salsinha, alecrim, orégano e sal. Triture no liquidificador ou num socador. Guarde num pote fechado e use em substituição ao sal de cozinha puro.

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